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Três projetos da UFC são selecionados em chamada nacional, do Instituto Serrapilheira, de apoio a jovens cientistas

Os professores Mauricio Poletti e Ramon Moreira Nunes, do Departamento de Matemática, e o Prof. Cleiton Eller, do Departamento de Biologia, da Universidade Federal do Ceará, tiveram projetos aprovados na sexta chamada pública nacional de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira. A parceria entre o instituto e fundações de amparo à pesquisa estaduais (FAPs) vai disponibilizar um valor total de R$ 22 milhões para financiar estudos de 32 jovens cientistas de diversas instituições brasileiras.

A chamada teve foco em pesquisadores que propusessem grandes perguntas nas áreas de ciências naturais (física, química, geociências e ciências da vida), matemática e ciência da computação. No caso do Ceará, a parceria envolve a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Os projetos começam no segundo semestre e terão duração de cinco anos.

Imagem: Dos três projetos aprovados, dois são coordenados por docentes do Departamento de Matemática da UFC (Foto: Pixabay)

Do Departamento de Matemática, foram aprovados os projetos intitulados “Como estimar funções L?”, sob coordenação do Prof. Ramon Nunes, e “Quão típico é o caos?”, coordenado pelo Prof. Mauricio Poletti. O projeto aprovado do Departamento de Biologia foi “Os princípios evolutivos podem ser usados para prever a mortalidade de plantas durante a seca e explicar a coexistência de plantas em ambientes secos?”, coordenado pelo Prof. Cleiton Eller.

MATEMÁTICA – Para financiamento do projeto “Como estimar funções L?”, o Prof. Ramon Nunes teve aprovação de R$ 617 mil. O estudo vai buscar estimativas não triviais das funções L, parte da teoria dos números, a partir de resultados recentes orientados pelo programa proposto pelo matemático canadense Robert Langlands.

O Prof. Ramon explica que “a teoria dos números é a parte da matemática que estuda primariamente os números inteiros e suas propriedades aditivas e multiplicativas. As funções L desempenham um papel crucial na investigação de propriedades dos números primos, como a distribuição deles ao longo dos números inteiros”.

No caso, prossegue ele, “o programa de Langlands visa estabelecer conexões entre duas áreas aparentemente distintas da matemática: a teoria dos números e a teoria de representações de grupos. O projeto busca obter estimativas não triviais das funções L, o que envolve compreender melhor suas propriedades analíticas e seu comportamento em diferentes contextos”.

Para o pesquisador, “a chamada do instituto, apesar de ter começado há pouco tempo, já goza de bastante prestígio nacional e [a aprovação dos projetos] é motivo de bastante orgulho para o Departamento de Matemática e para a UFC”.

Já o projeto “Quão típico é o caos?”, coordenado pelo Prof. Maurício Poletti, vai receber um financiamento de R$ 613 mil. O trabalho busca responder à questão “o quão comum são os sistemas caóticos entre os sistemas dinâmicos”. Segundo ele, “sistemas caóticos apresentam um comportamento muito rico entre os sistemas dinâmicos, eles têm sensibilidade a condições iniciais, entropia positiva etc. O objetivo desse projeto é entender quão frequentes eles são”.

Na visão do Prof. Mauricio, projetos como os aprovados “permitem convidar professores expertos na área para realizar pesquisas em conjunto, contratar pós-doutorandos, realizar eventos internacionais na área em Fortaleza. Isto é essencial para fazer pesquisa em nível mundial. Projetos como esse ajudam a manter o Programa de Pós-Graduação em Matemática da UFC como um dos melhores do País, uma das pós-graduações em Matemática nota 7 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)”.

Imagem: Na área da Biologia, o projeto aprovado envolveu estudo com vegetações de parques e unidades de conservação do bioma caatinga (Foto: Pixabay)

 BIOLOGIA – O Prof. Cleiton Eller explica que seu projeto tem como ideia central “entender como plantas individuais e comunidades vegetais morrem durante a seca e se esse processo de mortalidade pode ser explicado por um modelo baseado em princípios evolutivos. Esse modelo postula que plantas evoluíram de forma que seus processos fisiológicos, como fotossíntese e transpiração, sejam regulados da forma mais eficiente possível para evitar sua morte durante a seca”.

Acrescenta que o modelo “será testado através de experimentos feitos em estufa aqui na UFC e também com dados coletados em campo em diversos parques e unidades de conservação localizadas no domínio da caatinga”.

Esse projeto obteve financiamento no valor de R$ 660 mil. O Prof. Cleiton Eller considera que os recursos serão importantes para o desenvolvimento da infraestrutura de pesquisa no Departamento de Biologia e também devem contribuir para a internacionalização da UFC, uma vez que estão sendo estabelecidas parcerias com grandes grupos de pesquisa internacionais. “Além disso, espero que esse projeto produza ciência de qualidade e ajude no reconhecimento da UFC como uma instituição que produz ciência de ponta”, acentua ele.

Saiba mais no site do Instituto Serrapilheira.

Fontes: Prof. Ramon Moreira Nunes – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Prof. Mauricio José Poletti Merlo – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., ambos do Departamento de Matemática; e Prof. Cleiton Eller, do Departamento de Biologia – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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