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Terça, 11 Julho 2023 13:12

A equipe do Núcleo de Inovação Tecnológica e Reabilitação Humana (INOVAFISIO) da Universidade Federal do Ceará deu início a uma nova etapa com as pesquisas que focam na utilização de biomembranas para cicatrização de feridas em pés diabéticos. Multiplicando o estudo para o interior do Ceará, o núcleo promoveu, no último dia 29, capacitação com membros da Secretaria de Saúde do município de Cruz, distante 235 quilômetros de Fortaleza. 

Vinculado ao Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina (FAMED), o INOVAFISIO trabalha desde 2017 com o desenvolvimento de membranas feitas a partir do látex de árvores comumente encontradas no Nordeste e do cerrado que podem acelerar o processo de cicatrização de pessoas que desenvolvem feridas nos pés por complicações da diabetes.

Aplicadas aos ferimentos, as biomembranas potencializam a cicatrização, que normalmente é dificultada pela própria condição diabética. Com a capacitação promovida, o objetivo é que o uso da biomembrana seja testado, na prática, em outras situações e contextos para além do sistema público de saúde de Fortaleza.

“Depois de produzida a tecnologia e testada, nós queríamos averiguar se a tecnologia inovadora poderia ser estendida para centros menores”, explica o Prof. José Carlos Tatmatsu Rocha, que coordena o INOVAFISIO. “Uma vez treinados aqui, compreendendo como se usa a tecnologia, como se aplicam as biomembranas e o tempo de retirada, todo o protocolo, a equipe [de Cruz] se tornou multiplicadora [da pesquisa] no município”, diz.

“A partir de agora, vamos acompanhar essa pesquisa lá, analisando os prós, contras, dificuldades e a evolução desses pacientes. É uma parceria que a UFC estabelece em uma tentativa de fazer com que essa metodologia possa se estender para o interior do Ceará e, quem sabe, para o interior do Brasil”, afirma o professor.

A equipe visitante foi composta por Alisson Bruno (enfermeiro do Serviço de Atendimento Domiciliar), Luan Henrique (médico da Atenção Básica), Naira Júlia (enfermeira da Atenção Básica) e Wesley Sales (técnico de enfermagem do Hospital Municipal de Cruz).

As pesquisas com biomembranas são desenvolvidas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia e Funcionalidade da UFC e do Programa de Engenharia Biomédica da Universidade de Brasília, sendo fruto de financiamento de edital de 2020 do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), com apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP).

SAIBA MAIS ‒ O pé diabético é uma complicação da diabetes. Ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma ferida. Seu aparecimento pode se dar quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados, e sua piora pode levar a amputações dos pés.

Além do uso de biomembranas, o INOVAFISIO também trabalha com a utilização de fototerapia para o tratamento de pés diabéticos, por meio da luz de LED, também com o objetivo de potencializar a cicatrização.

Fonte: Prof. Dr. José Carlos Tatmatsu Rocha, coordenador do INOVAFISIO – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.