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Salão Dourado da Reitoria é reinaugurado depois de obras de reforma e restauro

O Salão Dourado da Reitoria da Universidade Federal do Ceará foi reaberto em solenidade conduzida pelo reitor Cândido Albuquerque na manhã desta sexta-feira (11), após um longo e criterioso processo de diagnóstico da situação do espaço, reforma das instalações e restauração de seus bens móveis. O espaço ficou fechado por quase 30 anos.

Referência do patrimônio, da história e cultura da UFC e de Fortaleza, o Salão Dourado foi frequentemente usado para recepção de autoridades, intelectuais e comitivas entre as décadas de 1960 e 1990. Do fim da década de 1990 e início dos anos 2000 houve um declínio do uso do Salão, que acabou fechado. Agora, com a recuperação do local, o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, anunciou que, na próxima semana, a última de seu mandato, pretende despachar no Salão.

Imagem:O Salão Dourado tem essa denominação pela característica de seu mobiliário e espelho, com detalhes em folhas de ouro (Foto: Viktor Braga/UFC)

Além de devolver a função original do Salão Dourado, a intenção, conforme informou a diretora do Memorial da UFC, Gerda Holanda, é tornar o local um espaço expositivo. Nesse sentido, uma exposição está sendo preparada. A reabertura para visitas do público em geral ainda será anunciada.

O Salão Dourado tem essa denominação devido à característica de seu mobiliário, com detalhes em folhas de ouro. O titular da Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental (UFC Infra), engenheiro Eduardo Palheta, informa que a obra de restauração do espaço esteve sob responsabilidade da UFC Infra, através de sua Coordenadoria de Projetos e Obras, na condução dos serviços de recuperação geral de piso, paredes, esquadrias e climatização, com a participação da empresa Ferrara, contratada através de licitação.

Já o trabalho de restauração de itens do mobiliário (cadeiras, poltronas, mesas e aparadores, lustre e o histórico espelho) foi coordenado pelo Memorial da UFC, com a participação da empresa CAL Restauro, também contratada via licitação.

Durante o trabalho, a equipe de restauração do Memorial da UFC descobriu pinturas parietais (feitas na parede) originárias da primeira metade do século passado. Na prospecção realizada, foi possível também detectar as diferentes intervenções feitas na estrutura, reboco e pinturas das paredes. Com a abertura de duas janelas de prospecção, protegidas por vidraça, será possível ao público entender as várias mudanças feitas durante reformas.

No Salão, entre os destaques, além dessas janelas de prospecção, podem ser apreciados o mobiliário e o grande espelho com os detalhes dourados; o lustre de cristal oriundo da antiga Tchecoslováquia, que foi restaurado com peças conseguidas num leilão; o piso em madeira que reproduz o original; e, numa colaboração do Museu de Arte da UFC (MAUC), o quadro Madona e menino são João, de Ângelo Mambriani, inspirado em pintura do renascentista Rafael.

A reabertura do Salão Dourado foi possível graças ao trabalho conjunto que envolveu, também, a Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (PROPLAD). "Constatada a situação de abandono do Salão, o Memorial, em articulação com a PROPLAD e com a sensibilidade do reitor Cândido Albuquerque, reconheceu a necessidade de se promover a recuperação e reconstituição do espaço com um grande trabalho de restauração do mobiliário e de peças que se encontravam em péssimo estado de conservação. A partir da decisão de fazer, trabalhamos no projeto e na alocação dos recursos necessários para a sua efetivação. De fato, depois de muito trabalho de pessoas especializadas, concluiu-se a obra de reforma e restauração", comentou o Prof. Almir Bittencourt da Silva, titular da PROPLAD.

Imagem: O reitor Cândido Albuquerque destaca que a recuperação do Salão Dourado é um grande legado da sua administração (Foto: Viktor Braga/UFC)

SOLENIDADE – Além das presenças do reitor Cândido Albuquerque; do vice-reitor, Glauco Lobo; de pró-reitores, gestores, servidores e alunos da UFC, a solenidade foi prestigiada por dois ex-reitores: o Prof. Paulo Elpídio, hoje presidente da Comissão Editorial da Imprensa Universitária, e o Prof. René Barreira.

A diretora do Memorial da UFC, Gerda Holanda, foi a primeira a falar na solenidade. Ela apresentou um histórico do trabalho realizado e agradeceu à administração superior pela decisão de recuperar o Salão Dourado, bem como a todos os envolvidos nas várias etapas do trabalho. Citou nominalmente o servidor Roberto Moreira Chaves, técnico de laboratório de conservação e restauro de bens culturais móveis do Memorial da UFC, autor do projeto de restauro.

“O restauro dos móveis pretendeu realizar intervenções que retomassem e valorizassem as antigas técnicas artesanais de produção dos objetos, recuperando o seu valor artístico e histórico. A ideia não era retornar o Salão ao que era no período do Palacete Gentil [imóvel adquirido pelo reitor fundador da UFC, Martins Filho, para sediar a Reitoria], mas evidenciar a trajetória do espaço, recuperar o valor artístico e a integridade física dos objetos, na medida do possível, e realizar intervenções, pautadas na história do espaço, que permitissem o uso seguro, confortável e bem informado”, explicou ela.

Gerda destacou também a importância de restaurar o icônico espaço:

O ex-reitor Paulo Elpídio de Menezes Neto, entusiasta da reforma do Salão Dourado, relembrou o empenho do Prof. Martins Filho (falecido em 2002) e da primeira cerimonialista da UFC, Heloísa Facó (falecida em 2018), na criação e consolidação da UFC, época em que importantes autoridades, como o presidente Juscelino Kubitschek, foram recebidos na Reitoria.

O próximo a falar foi o vice-reitor Glauco Lobo que, bem emocionado, contou sobre o impacto ao detectar, logo depois de assumir a gestão, o estado de abandono em que se encontrava o Salão Dourado. Susto, decepção, tristeza, angústia, indignação foram alguns sentimentos que ele teve ao ver “o Salão Dourado transformado em um depósito e muito malcuidado”.

O vice-reitor contou que iniciou um trabalho com o reitor Cândido Albuquerque para resgate desse importante espaço da UFC, que, como no caso de muitas obras, mereceu atenção da administração ao longo dos últimos quatro anos. “Enfrentamos desafios burocráticos, financeiros e legais, mas conseguimos vencer todos os perçalcos”, afirmou.

O ex-reitor René Barreira fez questão de parabenizar a equipe do Memorial da UFC e a administração superior, na pessoa do reitor Cândido Albuquerque, pelo apoio dado ao trabalho realizado no Salão Dourado. “Acho importante se desenvolver a cultura do resgate permanente da memória da nossa Universidade”, destacou. Lembrou ainda que em sua gestão houve o cinquentenário da UFC. Na programação, constou a colocação da estátua do reitor Martins Filho no jardim.

Em sua fala, o reitor Cândido Albuquerque comentou o esforço feito por sua administração diante de mais de 40 obras abandonadas há mais de 10 anos. Para ele, foi difícil entender como “transformaram esse espaço [o Salão Dourado] num depósito”. Citou também o estado de risco em que se encontrava outro importante espaço da UFC, a Concha Acústica. “Esse tipo de descaso não pode mais acontecer na Universidade.”

Ele fez questão de agradecer aos integrantes da administração superior e a todos os servidores que nesses quatro anos de mandato colaboraram para que a UFC vencesse desafios e se destacasse, por exemplo, nos rankings e no aumento das patentes. Sobre a recuperação do Salão Dourado, ele diz que é um grande legado que sua administração deixa. 

POESIA – Na solenidade, o servidor Arlindo Barreto, que trabalhou no Memorial da UFC por 10 anos e hoje integra a equipe da UFC Infra, declamou versos de cordel de sua autoria com Paulo de Tarso, conhecido como o Poeta de Tauá. Em um dos trechos, ele disse:

Uma ideia brilhante
Do nosso memorial
Restaurar o nosso salão
Um tesouro colossal
Parabéns pelo trabalho
Nesse importante ideal
[...]
Finalizo esses versos
Agradecendo ao reitor Cândido
Pela conclusão dessa obra
De grande repercussão
Dentro do seu reitorado
Para a comunidade em questão

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Fontes: Gabinete do reitor – fone: (85) 3366 7307; Memorial da UFC Memorial da UFC – fone: (85) 3366 7414

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