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Professor da UFC participa de grupo internacional que publica artigo na "The Lancet" sobre transplantes em pessoas com síndromes mielodisplásicas

O Prof. Fernando Barroso, da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal do Ceará, acaba de publicar, em colaboração internacional, um artigo na The Lancet Haematology, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. O estudo trata de aspectos do transplante de células-tronco para pessoas com síndromes mielodisplásicas, que são distúrbios na produção de células sanguíneas. 

Imagem: Prof. Fernando Barroso sentado em escritório (Foto: Jr. Panela)

O periódico possui o segundo maior fator de impacto entre todas as revistas científicas da área de hematologia no mundo, com alcance de mais de 36 milhões de visitas ao ano. O artigo publicado na última quarta-feira (25) é intitulado “Germline predisposition traits in allogeneic hematopoietic stem-cell transplantation for myelodysplastic syndromes: a survey-based study and position paper on behalf of the Chronic Malignancies Working Party of the EBMT” (Traços de predisposição da linha germinativa no transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas para síndromes mielodisplásicas: um estudo baseado em pesquisa e documento de posição em nome do Grupo de Trabalho de Malignidades Crônicas da EBMT).

“O artigo tem como um dos principais objetivos orientar sobre a possibilidade de mutações germinativas, ou seja, mutações em que a pessoa já nasce com elas. Isso tanto é importante pra o paciente que receberá o transplante, como é importante também na seleção de doadores. Porque, se nós fizermos um transplante com um doador que já tenha essas alterações – às vezes, doadores familiares –, nós teremos uma maior possibilidade de recaída dessa doença da qual nós estamos tentando tratar”, explica o Prof. Fernando Barroso, que é do Departamento de Cirurgia da FAMED/UFC. “Então, o conhecimento disso, o cuidado nessa seleção dos doadores, isso tudo é fundamental pra que a gente possa melhorar e otimizar esse procedimento”, complementa.

Conforme a pesquisa, a recente aplicação do sequenciamento completo do genoma ou do exoma (fração do genoma) revelou uma infinidade de variantes germinativas que predispõem a distúrbios na mieloide (que é a responsável pelo surgimento das células sanguíneas), particularmente síndromes mielodisplásicas. A presença dessas variantes tem repercussões clínicas para transplantes de células-tronco e não existem diretrizes internacionais para harmonizar as abordagens de manejo para este cenário clínico específico. O estudo, portanto, propôs-se a estabelecer um retrato da situação atual na Europa e na América Latina sobre estas questões, aproveitando a abrangência global da rede da Sociedade Europeia para o Transplante de Sangue e Medula Óssea (EBMT), e a sugerir diretrizes harmonizadas para tais situações clínicas.

O professor é membro, desde 2019, do EBMT, na área de malignidades crônicas, que é onde estão doenças como a mielodisplasia. Desde então, já realizou outras pesquisas em parceria com o grupo. “Quando nós fomos convidados para este estudo, um dos objetivos é que houvesse um conhecimento da realidade na América Latina, e o Brasil foi um dos países escolhidos, talvez por ser, sem dúvida alguma, um dos centros de maior número de transplantes na América Latina”, considera.

Assim, o Prof. Fernando Barroso somou-se ao grupo internacional de hematologistas, médicos transplantadores, pediatras, enfermeiros e especialistas em biologia molecular e genética constitucional com experiência em síndromes mielodisplásicas que contribuíram para o estudo. Ao todo, 29 pesquisadores participaram da pesquisa, provenientes da Itália, Estados Unidos, França, Polônia, Reino Unido, Áustria, Alemanha, Arábia Saudita, Japão, Austrália, Suíça e Suécia, além do Brasil, representado pela UFC, pelo Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, e pela Universidade de São Paulo (USP).

O professor da FAMED adianta que essa parceria continua, inclusive com a ampliação das investigações para outras patologias, para a terapia celular, para doenças mielo proliferativas crônicas e para outras doenças da onco-hematologia.

Fonte: Prof. Fernando Barroso, da Faculdade de Medicina da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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