LABOMAR, FIEC e ADECE articulam reunião entre representantes do governo de São Tomé e Príncipe e de setores da indústria no Ceará
- Quarta, 22 Novembro 2023 17:30
Acompanhado de sua comitiva, o presidente do governo regional de Príncipe, em São Tomé e Príncipe, Filipe Nascimento, participou de reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) na terça-feira (21), em um encontro articulado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará e a Câmara Setorial de Economia do Mar da ADECE - Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará. Na ocasião, foram discutidos caminhos e estratégias de cooperação para o desenvolvimento do Ceará e do pequeno país insular africano – conhecido por sua vasta área oceânica, de grande potencial econômico.
Inicialmente presente na cidade para a 39ª Assembleia Geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), sediada neste ano em Fortaleza, a comitiva aceitou o convite do LABOMAR e da ABC para uma nova agenda, focada na experiência e no protagonismo do Ceará no âmbito da chamada economia azul, cujas atividades são ligadas aos oceanos. Além da reunião na FIEC, a programação incluiu uma visita ao LABOMAR e também a um empreendimento no município de Aquiraz.
“Estamos muito felizes pelo Ministério das Relações Exteriores ter nos procurado. A partir do chamado, organizamos as atividades e fomos apontando e chamando parceiros, que a FIEC prontamente conseguiu reunir para essa reunião. Consideramos que o encontro foi bastante positivo. Existe um potencial grande de colaboração entre Ceará e São Tomé e Príncipe, além de outros países de língua portuguesa, tanto acadêmica quanto técnica e econômica”, comemorou a Profª Lidriana de Souza Pinheiro, diretora do LABOMAR.
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ESTRATÉGIAS – Destaque durante a reunião, o Prof. Sergio Rossi, do LABOMAR, apontou três eixos nos quais a unidade acadêmica da UFC poderia contribuir fortemente em uma possível parceria com o país africano. O primeiro seria o da soberania alimentar, no sentido de garantir soluções e preparar pescadores e outros agentes da cadeia produtiva para as mudanças climáticas que terão profundo impacto na produção local e no acesso da população aos produtos.
Nesse sentido, entre as estratégias estaria o fomento à maricultura de baixa energia – ou, como Rossi explica, o cultivo de algas, esponjas e diferentes organismos bivalves (como ostras e mexilhões) em águas costeiras ou em mar aberto. Por ser uma atividade cuja produção demanda menos insumos do que a piscicultura, a maricultura é uma alternativa discutida no mundo todo como estratégia para garantir alimentação adequada a várias populações em um futuro próximo repleto de desafios.
O segundo eixo seria ligado à independência energética, por meio do incentivo à produção de biocombustível baseado no cultivo de micro e macroalgas; e o terceiro, relacionado ao turismo e ao mercado de créditos de biodiversidade e de carbono, por meio da conservação, regeneração e “jardinagem” de áreas no fundo do mar.
CIÊNCIA DE DADOS – Durante a reunião, os convidados puderam conhecer melhor a atuação do Observatório da Indústria, núcleo do Sistema FIEC especializado na construção de soluções analíticas, inteligência competitiva e cooperação estratégica para subsidiar o desenvolvimento econômico do Ceará e do País. Em uma fala abrangente, o gerente do Observatório, Guilherme Muchale, apresentou produtos e projetos desenvolvidos pelo núcleo, como o programa Ceará: Mar de Oportunidades, que reúne ações para apoiar o desenvolvimento da economia azul no Estado; o projeto Rastum – Sistema de Rastreabilidade da Cadeia de Produção do Atum; e o Atlas Costeiro e Marinho do Ceará.
Muchale ressaltou também a implantação do HUB ODS do Ceará, programa dedicado a acelerar o envolvimento do setor empresarial com a Agenda de Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030; e as Rotas Estratégicas Setoriais – 2025, documento que sugere mapas de trajetórias para setores identificados como promissores para o Estado, entre eles o de Economia do Mar.
Fonte: Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.