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HUWC e FAMED realizam ações de prevenção à covid-19 para pessoas em situação de rua

Imagem: A ação beneficiou 60 pessoas em situação de rua que não têm acesso a serviço de saúde (Fotos: Marília Quinderé e Ludmila Wanbergna)Professores dos Cursos de Medicina e Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará, médicos especialistas, residentes e acadêmicos em estágio de internato do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC/EBSERH) e de outras instituições de Fortaleza realizaram, na manhã de sábado (13), na praça do Ferreira, ações de assistência e educação em saúde para 60 pessoas em situação de rua que não têm acesso a esse tipo de serviço. É um quadro que se agrava ainda mais em tempos de pandemia do novo coronavírus.

Conforme explicou o Prof. Marcos Rabelo, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina (FAMED) da UFC, preceptor do Programa de Residência em Otorrinolaringologia do HUWC e um dos coordenadores da ação desse sábado, "a ideia surgiu no Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da FAMED. Nesse comitê, o Grupo de Trabalho Saúde das Populações Vulneráveis desenvolveu um projeto com foco nas pessoas em situação de rua. Esta é a nossa primeira ação assistencial com moradores de rua. Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados".

Já Arnaldo Peixoto, gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Walter Cantídio e integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do Complexo Hospitalar da UFC/EBSERH, do qual o HUWC faz parte afirmou: "Quando os cursos de saúde da UFC e o Hospital Universitário realizam atividades dessa natureza, para além dos muros da Instituição, indo até a comunidade, conseguimos aliar ensino, pesquisa e assistência de uma forma mais prática e próxima da realidade das pessoas que estão em formação acadêmica conosco e daquelas que precisam de assistência em saúde. É uma necessidade que se torna ainda mais urgente nesta pandemia de covid-19."

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ‒ Além do Prof. Marcos Rabelo, participaram da ação desse sábado os docentes dos Departamentos de Cirurgia, Saúde Comunitária e Medicina de Saúde da Família e Comunidade da UFC Luzete Costa, Alberto Novaes Ramos e Marco Túlio; médicos especialistas, residentes de Medicina de Saúde da Família e Comunidade e acadêmicos de Medicina em estágio de internato do Hospital Universitário Walter Cantídio e de outras instituições, como a Universidade de Fortaleza, a Escola de Saúde Pública e o Hospital Infantil Albert Sabin; as professoras Renata Bessa Pontes e Vilena Barros de Figueiredo, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará; e grupos de arte-educação parceiros da FAMED da UFC.

Uma das beneficiadas foi Cleciane de Castro Vidal, de 35 anos, que há cinco anos faz das ruas a sua morada. Além de receber máscara e medicação para combater uma dor de cabeça persistente, Cleciane passou por uma avaliação clínica e recebeu encaminhamento para o Posto de Saúde Paulo Marcelo, no Centro, para constatar a gravidez de três meses e dar início ao pré-natal. "Pode deixar que eu vou fazer exatamente o que o médico disse. Encontrei o amor da minha vida, vamos ter um filho e mudar de vida", disse.

Imagem: Durante a ação, algumas pessoas receberam encaminhamento para unidades de saúde da rede pública de Fortaleza (Fotos: Marília Quinderé e Ludmila Wanbergna)Para o Prof. Marco Túlio, que também coordenou a ação, além da educação e do exercício da assistência em saúde, mutirões como esse permitem aos profissionais a função social de alertar as populações vulneráveis de que elas, mesmo sem residência fixa e documentos, têm acesso a serviços básicos. "Muitos foram encaminhados ao sistema público de saúde, seja no HUWC, seja em uma das unidades básicas de Fortaleza. Quando essas pessoas teriam uma oportunidade assim se não fosse pela nossa força-tarefa? Essa realidade precisa mudar", refletiu.

NOVAS EXPERIÊNCIAS ‒ Foi a primeira experiência de atendimento em praça pública para o residente em Medicina de Família e Comunidade da UFC Miguel Mayer Vaz, que, com muita paciência e cuidado, esforçou-se para se fazer entender pelos pacientes atendidos em frente à Coluna da Hora. "É como fazer uma visita domiciliar, já que essas pessoas moram nas ruas. Oportunidades como essa nos aproximam muito da realidade desses homens e mulheres e nos ajudam a entender o contexto e a pensar numa terapêutica mais adequada", avaliou.

Com perda de visão progressiva por conta de um ceratocone, doença que afeta a córnea, Daniel Santos Rodrigues, de 42 anos, é morador da praça do Ferreira há três anos. Aproveitou a ação para tentar obter encaminhamento à rede pública de saúde. "É tão difícil a gente conseguir as coisas nesta situação de rua. Quando aparece algo assim, tão perto de nós, não podemos deixar de aproveitar. Eu tenho fé de que vou conseguir", disse, cheio de expectativas. E deu certo!

Fonte: Unidade de Comunicação Social do HUWC/EBSERH ‒ fone: (85) 98803 8843

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