Governo do Estado formaliza parceria com UFC e setor privado para instalação de hub de hidrogênio verde no Pecém
- Sexta, 19 Fevereiro 2021 14:25
- Última Atualização: Sexta, 26 Fevereiro 2021 13:13
O Governo do Estado do Ceará, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a iniciativa privada deram o primeiro passo do programa de instalação de um hub (polo de distribuição) de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), localizado a 60 km de Fortaleza. Em solenidade realizada na manhã desta sexta-feira (19), no Palácio da Abolição, representantes das três instâncias assinaram memorandos de colaboração mútua envolvendo poder público, academia, entidade industrial e empresas.
Estiveram presentes ao encontro o governador Camilo Santana; o reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque; o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, e o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior. Participaram remotamente o CEO da empresa australiana Enegix Energy, Wesley Cook; o diretor do Porto Internacional de Roterdã (Holanda), René van der Plas, além de secretários estaduais, pesquisadores e empresários.
O governador citou como pontos fortes da iniciativa a localização geográfica do Estado, tendo no CIPP um dos complexos industriais brasileiros mais próximos da Europa, e a expertise do Ceará na geração de energias limpas e sustentáveis, como a solar e a eólica. Frisou ainda outra vantagem: trata-se da única energia renovável capaz de ser transportada, o que possibilitaria a instalação de uma usina de produção no Pecém com distribuição do combustível limpo para o mundo inteiro. "Considero este um momento histórico para o Ceará. A ideia é transformar o Pecém em um grande hub de produção de hidrogênio, não só para as atividades econômicas do Ceará e do Brasil, mas também para exportação para a Europa e outros continentes", afirmou. O investimento para a planta da usina será da ordem de US$ 5,4 bilhões, a serem injetados pela corporação australiana Enegix Energy.
O Prof. Cândido Albuquerque reiterou o caráter histórico do momento e colocou à inteira disposição do governo os pesquisadores e laboratórios da UFC, assegurando que o compromisso universitário com a pesquisa é justamente alinhado à busca de soluções para a sociedade. "É um momento que tem potencial para mudar o perfil econômico do Estado. Ao invés de esperar e importar, estaremos inovando e empreendendo. É essencial. Muito interessante ver essa união entre poder público, universidade e iniciativa privada", apontou o reitor.
Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC, disse vislumbrar, em um futuro próximo, o Ceará na liderança mundial da produção de hidrogênio verde. "Estamos bem localizados, somos experientes em energias limpas, tanto eólica quanto solar. Isso nos faz imbatíveis no mundo. O hidrogênio verde já é uma realidade, e toda a base industrial de alguns países vem sendo mudada", disse o líder da entidade.
Representando o secretariado estadual, Maia Júnior disse estar feliz ao colaborar com o marco de uma nova iniciativa para o futuro da economia estadual: "Uma economia limpa, responsável, que estará em linha com o futuro do meio ambiente no Brasil e no mundo". O secretário acrescentou tratar-se de uma política pioneira na América Latina, além de um passo corajoso, saudando a abertura do governador e de sua equipe de trabalho nas secretarias. "Isso exige também coragem, a de romper com um modelo econômico, de se juntar às grandes nações. Pela primeira vez, vemos aqui totalmente irmanados a academia, o setor industrial e o governo, juntos nesse compromisso de construir um novo tempo para a economia do Ceará", sintetizou.
Também foi assinado por Camilo Santana, na ocasião, um decreto estadual instituindo o grupo de trabalho que dará início às atividades. Esse grupo, segundo o governador, será responsável por estruturar a cadeia produtiva do hidrogênio verde no Ceará e será composto por representantes do governo estadual, do Complexo do Pecém, da UFC e da FIEC. "Essa é a nossa loteria, vamos nos agarrar a ela para que os futuros filhos do Ceará possam ter melhores oportunidades", finalizou Maia Júnior.
O HIDROGÊNIO VERDE – Apesar de ser um elemento químico abundante na natureza, o hidrogênio não está disponível em estado puro. Quando sua separação das outras substâncias em que se encontra é realizada a partir de energias renováveis, ele ganha a denominação de "hidrogênio verde". A tecnologia de separação a ser usada na nova usina será o processo químico de eletrólise (uso de correntes elétricas), a partir da geração solar ou eólica de energia, resultando na separação do hidrogênio sem emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
É uma fonte de energia que pode ser misturada com o gás natural em até 20% e utilizar a mesma estrutura de canalização e distribuição do gás. Países como Estados Unidos, Rússia, China, França, Alemanha e, principalmente, Japão já investem largamente no hidrogênio como combustível.
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Fonte: Gabinete do Reitor – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.