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UFC participa, no Palácio da Abolição, de apresentação das projeções do El Niño e da quadra chuvosa para 2024

A Universidade Federal do Ceará esteve presente, ontem (28), à apresentação, por parte do Governo do Estado, da análise do cenário de El Niño e do planejamento de medidas preventivas de mitigação de uma possível temporada de seca em 2024. A ocasião fez parte da 114ª reunião ordinária do Conselho de Recursos Hídricos do Ceará (CONERH), na qual a UFC foi representada pelo reitor, Prof. Custódio Almeida, e pelo Prof. Francisco de Assis Filho, Cientista Chefe de Recursos Hídricos e docente do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC.

Imagem: Sentados à mesa, no Salão Oval do Palácio da Abolição, estão o governador Elmano de Freitas (de terno escuro, à cabeceira), ladeado pelo reitor Custódio Almeida (também de terno escuro) e por secretários, representantes de agências estaduais e acadêmicos. (Foto: Carlos Gibaja/ Casa Civil)

A apresentação inicial do Plano Estadual de Convivência com as Seca foi feita pelo presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), Eduardo Sávio Martins. Segundo ele, o Ceará poderá enfrentar ano que vem um fenômeno do tipo "super El Niño", que é uma anomalia climática na qual a temperatura da superfície oceânica se eleva em mais que 2°C.

Pelo prognóstico, isso poderá afetar a quadra chuvosa local da mesma maneira que no biênio 2015-2016 (que acabou acarretando um pico de seca em 2016). Os anos mais recentes foram de atuação do fenômeno oposto – La Niña –, quando há o resfriamento oceânico, o que favorece a ocorrência de chuvas na região Nordeste do Brasil.

As predições colocadas pela FUNCEME antecipam que os impactos do super El Niño incluirão escassez de precipitação no período de janeiro a maio, quando é esperado o maior volume de chuvas no Estado. “Isso pode culminar em um aporte hídrico abaixo do ideal em nossos reservatórios. A probabilidade dessa taxa em 2024 ser inferior a 2 bilhões de metros cúbicos de água é maior que 60%. Para se ter uma ideia, neste ano, nossos reservatórios acumularam 7,6 bilhões de m³. Assim, estamos falando de preparação para a seca em um ano que recebeu o maior aporte dos últimos 12 anos”, explicou o presidente.

O governador destacou que, apesar do cenário desafiador, o Estado tem tempo para aprofundar ao máximo seu planejamento para a situação que virá pela frente. “Em comparação com outros anos mais complicados, saímos na frente e poderemos nos planejar, o que é fundamental”, ponderou Elmano de Freitas. Ele acrescentou que levará o mais breve possível a demanda ao Governo Federal para obter recursos que permitam viabilizar ações emergenciais de redução de danos e determinou aos técnicos dos órgãos presentes que detalhassem com a máxima agilidade um conjunto de atividades prioritárias para enfrentar a estiagem que se prenuncia.

O reitor da UFC, uma das autoridades acadêmicas presentes ao evento, chamou atenção para o fato de que, antes, nosso Estado fazia um “gerenciamento de águas”, e agora prioriza um “gerenciamento de água e secas”. “A possibilidade de seca faz parte da realidade, nós temos que assumir isso e agir. Na seca anterior, um planejamento mais efetivo começou a ser realizado somente no quarto ano. É a primeira vez que esse planejamento ocorre num ano bom, quando os reservatórios ainda estão bem, e a seca ainda não está presente, embora as previsões estejam postas”, ressaltou Custódio Almeida.

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O Prof. Assis Filho, também da UFC, explanou aos presentes como o recém-criado Centro Estratégico de Excelência em Políticas de Águas e Secas (CEPAS) poderá contribuir na conjuntura atual. “O CEPAS é um grande hub nesse cenário, liderando ações proativas em rede para realizar um planejamento de convivência com a seca antes mesmo que ela se instale”, frisou o pesquisador.

De acordo com o relatório discutido, os municípios mais suscetíveis a insegurança hídrica preocupante no ano que vem serão Ibicuitinga, Itatira, Milhã, Monsenhor Tabosa e Quiterianópolis. Segundo o governador, a prioridade é garantir que essas cidades, assim como o resto do território, sejam assistidas para que a população e as atividades agrícolas e agropecuárias não sejam prejudicadas.

Fonte: Gabinete da Reitoria – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 

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