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Método desenvolvido na UFC para estudo de fósseis ganha destaque internacional

Foto do fóssil do camarãoNeste mês de setembro, professores do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará apresentaram um novo método para estudar fósseis na conceituada revista Analytical Chemistry, e o trabalho entrou para o seleto grupo de artigos divulgados mundialmente pela American Chemical Society, gerando grande repercussão científica. O estudo também foi destaque no Physics, um importante site de notícias científicas.

Vale ressaltar que os fósseis, que podem revelar ou inspirar histórias como as do campeão de bilheteria Jurassic Park, não têm, até hoje, os processos que levam à sua preservação completamente entendidos.

Quando a maioria dos organismos morre, eles se degradam e deixam pouca informação sobre sua existência. Entretanto, caso fiquem presos em sedimentos que abriguem algumas bactérias e certa quantidade de minerais, eles podem se fossilizar e ser preservados por milhões de anos. Para estudá-los, os cientistas usam uma variedade de técnicas que ajuda a determinar detalhes sobre o estilo de vida e a dieta dos animais fossilizados, bem como a obter informações geográficas das criaturas. Um desses métodos é a microscopia eletrônica de varredura.

A partir dos microscópios eletrônicos da Central Analítica da UFC recentemente instalados, o Prof. Amauri Jardim de Paula, do Departamento de Física, e colaboradores desenvolveram um novo método para gerar imagens de fósseis,  capaz de revelar detalhes não obtidos com as técnicas convencionais de fotografia.

A técnica foi aplicada ao fóssil de um camarão da bacia sedimentar do Araripe (também chamada de Geopark), localizada aproximadamente na divisa entre o Ceará, Pernambuco e Piauí, um lugar conhecido entre os paleontologistas como a mina do tesouro de vestígios de pterossauros. Ainda foi revelada pelos pesquisadores a ocorrência de um processo de fossilização muito raro na região, a mineralização por sulfeto de zinco (ZnS), fornecendo indícios sobre as características químicas do ambiente que havia nessa região há centenas de milhões de anos, no período Cretáceo, quando os dinossauros ainda andavam pelo planeta e o solo do Araripe estava imerso em água salgada.

O trabalho envolveu os pesquisadores Odair Pastor Ferreira e Paulo de Tarso Cavalcante Freire, a estudante Naiara Cipriano Oliveira, do programa de Pós-Graduação em Física da UFC, além do Prof. Amauri Jardim de Paula. Colaboraram pesquisadores da Universidade Federal do Cariri (João Hermínio Silva), da Universidade Regional do Cariri (Olga Alcântara Barros, Allysson Pontes Pinheiro e Antônio Álamo Saraiva) e da Universidade Sagrado Coração em Bauru (William Santana).

LOCALIZAÇÃO – A bacia sedimentar do Araripe está situada na região Nordeste do Brasil, no Cariri, sul do Estado do Ceará e porções dos estados de Pernambuco e Piauí. Formada há mais de 130 milhões de anos, é conhecida mundialmente pelo excelente estado de preservação, diversidade e quantidade de seus fósseis, em especial as formações Ipubi, Crato e Romualdo. Com cerca de 12.000 km², ela é um dos únicos 40 lugares do planeta que concentram fósseis em excelente estado de conservação. Essas regiões são chamadas Lagerstätten, janelas raras para a história do planeta Terra e da origem da vida.

Fonte: Prof. Amauri Jardim de Paula – Departamento de Física da UFC – fone: 85 3366 9903

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