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Tese aborda proteínas que inibem crescimento de bactérias infecciosas

Imagem: imagem do molusco aplysia dactyomelaUma tese defendida recentemente no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia de Recursos Naturais da Universidade Federal do Ceará apresenta importantes resultados sobre proteínas com propriedade inibidora de bactérias infecciosas.

Intitulada Purificação e caracterização bioquímica de lectinas ligantes de galactose isoladas de invertebrados marinhos, a tese de autoria do professor substituto Rômulo Carneiro, do Departamento de Engenharia de Pesca da UFC, é a primeira do programa, criado em 2013.

O trabalho trata da descoberta de proteínas do tipo lectina com atividade antimicrobiana. Na pesquisa, tais proteínas são oriundas de três organismos marinhos distintos: uma esponja (Aplysina lactuca), um molusco (Aplysia dactylomela) e um ouriço-do-mar (Echinometra lucunter). As três proteínas apresentaram efeito inibidor no crescimento das bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureos, ambas infecciosas.

A pesquisa foi orientada pelo Prof. Alexandre Sampaio, do Departamento de Engenharia de Pesca. Ele explica que outro ponto de destaque foi que o estudo caracterizou estruturalmente as três proteínas (em suas estruturas primárias e secundárias), revelando pelo menos dois novos tipos (famílias) de lectina nunca descritos anteriormente.

"Além disso, os resultados nos revelam dados novos sobre as proteínas em estudo. Esse grupo de proteínas, as lectinas, são estudadas há muitos anos em espécies vegetais, Imagem: Foto da defesa da tese em Biotecnologiamas o trabalho com espécies animais marinhas é muito recente no Brasil", diz o Prof. Sampaio, acrescentando que o estudo abre um novo leque de possibilidades a serem exploradas em novas investigações científicas.

O Prof. Rômulo Carneiro, autor da pesquisa, afirma que a tese representa "uma satisfação muito grande", não apenas por ser a primeira do programa, mas sobretudo pelos resultados da pesquisa. "Essa tese é um reconhecimento do trabalho que nosso grupo tem feito", salienta. A íntegra da pesquisa está disponível no Repositório Institucional da UFC.

A expectativa do pesquisador para os próximos anos é muito positiva devido à grande extensão do litoral cearense e brasileiro, à biodiversidade existente e às potencialidades biotecnológicas a serem exploradas. "À medida que mais alunos forem se formando, e talvez tomando até nosso trabalho como ponto de partida, mais descobertas de moléculas importantes serão feitas. Tenho muita fé de que podemos encontrar muita coisa boa no mar, talvez até tratamento ou cura de muitas doenças", vislumbra.

Fontes: Rômulo Carneiro, autor da pesquisa – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. / Prof. Alexandre Sampaio, do Departamento de Engenharia de Pesca e orientador da pesquisa – fone: 85 3366 9728

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