Semana Universitária tem início com conferência sobre educação e desenvolvimento
- Quarta, 23 Mai 2018 09:33
- Última Atualização: Quinta, 24 Mai 2018 14:37
Na noite dessa terça-feira (22), teve início a Semana Nacional Universitária, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará. Com o tema "Debate de um projeto para o Brasil", o evento traz uma série de palestras e painéis com grandes nomes do meio acadêmico, intelectuais e lideranças. A programação segue até sexta (25).
Na abertura do evento, o público pôde conferir a apresentação artística do Trio Nepomuceno, integrado pelos professores Liu Man Ying, Vítor Duarte e Dora Queiroz, do curso de Música da UFC.
O conjunto de câmara, formado por violino, violoncelo e piano, interpretou as peças "Melodia sentimental", de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), "Canção" e "Allegro maestoso", de Oscar Lorenzo Fernández (1897-1948).
Veja outras imagens da abertura do evento no Flickr da UFC
O discurso de abertura ficou a cargo da pró-reitora de Extensão da UFC, a Profª Márcia Machado, representando a comissão político-pedagógica da Semana. Ela apresentou os temas da programação e convidou a comunidade acadêmica a participar. "Essa proposta de encontro nos traz boas perspectivas de que aqui serão discutidos assuntos que perpassam a vida diária de todos", concluiu.
Em seguida, foi a vez da fala da aluna Vitória Kloe, em nome da União Nacional dos Estudantes (UNE). Ela se uniu ao coro em defesa das universidades públicas para contribuir com o projeto de desenvolvimento nacional. "O Brasil que queremos é com uma universidade justa, gratuita e acessível para todos e todas. Essa Semana vai ser algo que marca um diferencial na nossa vida acadêmica", declarou.
Para o presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-SINDICATO), o Prof. Ênio Pontes de Deus, era oportuno o momento para debater a respeito das políticas educacionais do nosso País. "É fundamental que a gente defenda o modelo de educação superior público e gratuito, que seja pautado pelo acesso democrático, pela inclusão social, pelo respeito às diferenças e pela autonomia universitária", pontuou.
O reitor da UFC, Henry de Holanda Campos, classificou como grave a situação atual de incertezas e de forte polarização política no Brasil.
"É preciso que a gente, como universidade, reflita sobre esse momento e traga para a reflexão nossos estudantes e também nossos servidores e professores, para que, juntos, possamos formular um projeto de esperança, que hoje é uma coisa muito distante da vida e da realidade dos brasileiros", afirmou.
Além dos oradores, compuseram a mesa de abertura da Semana Nacional Universitária o vice-reitor da UFC, Custódio Almeida; o reitor da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Ricardo Ness; a pró-reitora de Graduação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Andréa Linard; o presidente da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), Francisco Antônio Guimarães, e o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda.
CONFERÊNCIA – Com o tema "Universidades públicas e o projeto nacional de desenvolvimento", a conferência da noite foi realizada pelo ex-reitor da UFC e ex-secretário de Educação Superior do Ministério da Educação Jesualdo Pereira Farias. O áudio da conferência está disponível on-line.
Ele fez um balanço das políticas públicas no Brasil, apresentando dados oficiais do Governo Federal acerca da realidade socioeconômica e dos impactos na educação.
O Prof. Jesualdo citou o último Censo da Educação de 2017, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o qual aponta que 82% dos jovens brasileiros que concluem o Ensino Médio não têm acesso ao Ensino Superior e tampouco formação técnica adequada para entrar no mercado de trabalho.
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Trouxe também dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os quais revelam que 26,7 milhões de jovens entre 18 e 29 anos não frequentam a escola e, desse contingente, 9,4 milhões não estudam nem trabalham. Segundo o gestor, esses quantitativos indicam um cenário preocupante de crescente desemprego, exclusão social e falta de oportunidades para a juventude.
Ainda de acordo com Jesualdo Farias, a meta 12 do Plano Nacional de Educação (Lei Federal nº 13.005/2014) estabelece que, até o ano de 2024, um terço dos jovens entre 18 e 24 anos esteja matriculado no ensino universitário. Para cumprir esse compromisso, o Estado brasileiro precisa criar 3,65 milhões de novas vagas em instituições públicas e privadas.
Finaliza o ex-reitor da UFC: "Qualquer projeto permanente de país que tenha como objetivo resolver esse drama social necessita que as universidades tenham liberdade para exercer suas atividades. Precisamos reconquistar aquilo que a Constituição nos deu, por reconhecer a importância das universidades, que é a autonomia".
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone 85 3366 7331