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Sem desistir do sonho: histórias de persistência de quem não quis abrir mão do diploma

Imagem: Em meio à multidão na Concha Acústica, muitas histórias de persistência se revelam (Foto: Ribamar Neto)O prazo para se realizar um sonho se estende até quando esse sonho existir e puder ser concretizado. Com este pensamento, Maria do Socorro Rocha, 50 anos, decidiu tentar vestibular, após casada e com duas filhas já crescidas. "Eu sempre me dediquei a elas. Só que, depois que elas se formaram, eu pensei: agora é minha vez! E fui em busca da minha vaga na Universidade", lembra.

Desde que casou, Socorro trabalhava dentro e fora de casa, desdobrando-se entre o mercado de trabalho e o cuidado com a família. Após anos distante das salas de aula, nem acreditava que conseguiria passar para o Curso de Biblioteconomia em sua primeira tentativa.

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Veja a galeria de fotos do ciclo de colações de grau no Flickr da UFC

"Eu pensava que não iria passar, tinha ficado em uma colocação muito atrás na primeira fase do vestibular. Mas parece que o Universo conspirou a meu favor", conta. Com sorriso no rosto, ela celebrava o presente de estar se formando um dia após completar 50 anos de vida. "Agora estou fechando um ciclo e irei iniciar um outro", projeta.

Também foram precisos vários anos até que Rainier Reis, 56 anos, conseguisse concluir o ensino superior. Em meados da década de 1980, quando cursava Educação Física, passou em concurso para a Polícia Federal e foi transferido para o município de Brasileia, no Acre, fronteira com a Bolívia. Na ocasião, viu que Direito seria a graduação que poderia lhe dar maior projeção dentro da instituição em que trabalhava, mas, à época, não havia o curso nos municípios do Interior.

Tentou, posteriormente, em Rio Branco, porém sem êxito. Já na década seguinte, ao ser transferido para Brasília, arriscou novamente e conquistou uma vaga em uma faculdade do Distrito Federal. Mais uma vez transferido, desta vez de volta a Fortaleza, Reis conseguiu transferência para a UFC e, após alguns anos e muitas dificuldades, graduou-se, enfim, no tão almejado Curso de Direito. "Ano que vem, aposento-me pela Polícia Federal. Então, a ideia é seguir essa nova profissão. Quero agora advogar", comenta.

Imagem: O evento na última quarta-feira encerrou o ciclo de colações de Fortaleza (Foto: Ribamar Neto)DESAFIOS – Para a jovem Deyse Karla Nascimento, a noite desta quarta-feira (12) representava a superação de inúmeros desafios. Proveniente de família humilde, sempre estudou em escola pública e, ao terminar o ensino médio, não conseguiu ingressar na Universidade. Foi então buscar uma colocação no mercado de trabalho.

"Passei quatro anos tentando conseguir um emprego. Não deu certo. Então percebi que tinha mesmo que estudar”, lembra. Foi quando surgiu em seu bairro, Aerolândia, um cursinho preparatório para o vestibular, que era pago. Ela estava sem emprego e a família não tinha como bancar. "Daí, consegui trabalhar como babá e pude pagar o curso. Fui da primeira turma a pegar o ENEM e consegui passar para Biblioteconomia", conta.

Já na Universidade, conseguiu bolsas de iniciação científica pela UFC durante os quatro anos do curso, o que ajudou a bancar a vida de universitária. "Foram muitos desafios. Mas eu os venci e estou aqui, celebrando esta vitória", festeja.

O formando em Letras Marcos Almeida, 40 anos, encontrou no ambiente acadêmico o incentivo para buscar sua graduação. Em 2004, por seu conhecimento em som e informática, conseguiu um trabalho na Rádio Universitária. Era para ser um serviço rápido, mas já permanece lá há 11 anos. Mais tarde, por meio de concurso público, passou a ser servidor da Universidade no Curso de Cinema e Audiovisual. "Sempre vivi nesse clima acadêmico e, então, disse pra mim mesmo: tenho que fazer uma graduação", conta.

Tentou e conseguiu. Porém o mais difícil ainda estava por vir. "Acordava às seis horas da manhã para ir para a Rádio, seguia para o ICA (Instituto de Cultura e Arte, ao qual o Curso de Cinema e Audiovisual está ligado) e terminava às 10 horas da noite na faculdade. Eu estudava nos períodos livres no trabalho e, confesso, houve vezes que quis desistir. Mas tive o apoio dos meus chefes, dos meus colegas, de todos os servidores e isso me incentivou a continuar. E hoje estou aqui, com a sensação que estou subindo um grande degrau", comemora.

Ele pretende continuar os estudos: "Quero agora fazer mestrado e, quiçá, um doutorado. O amor pela UFC é tão grande que não quero sair". 

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fones: 85 3366 7331 e 3366 7332

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