Hospital Universitário realiza tipo de transplante inédito de medula óssea no Ceará
- Sexta, 08 Abril 2016 09:04
O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), unidade do complexo hospitalar da UFC ligada à rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em parceria com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), realizou na quarta-feira (6) o primeiro transplante alogênico não aparentado do Ceará (medula óssea).
A paciente, uma mulher de 37 anos, natural de Baturité e residente em Aratuba, é portadora de leucemia mieloide crônica e não mais respondia ao tratamento convencional, com medicamentos.
O transplante não aparentado ocorre quando não se encontra um doador familiar. A busca por um doador começa com a inscrição do paciente no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme), gerido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). O sistema faz a busca de um doador compatível.
Encontrando-se esse doador, o centro responsável pelo paciente é comunicado e o doador é convocado pelo hemocentro onde está inscrito. Há uma programação conjunta entre a internação e a quimioterapia do paciente e a coleta das células-tronco do doador onde quer que ele esteja.
O chefe da Unidade de Onco-Hematologia do HUWC, médico Fernando Barroso, explica que no transplante alogênico há a figura do doador, que pode ser aparentado ou não aparentado (proveniente de bancos de doadores, como o Redome – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
“O paciente é submetido a altas doses de quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia também. Um dia antes de o paciente receber as células-tronco, a coleta é feita no doador. Após a infusão das células doadas, o paciente permanece internado até que a nova medula comece a funcionar normalmente”, esclarece o hematologista.
A Unidade de Onco-Hematologia do HUWC é a única do Estado a realizar transplante de medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a primeira a fazer o do tipo alogênico.
Existe também o transplante do tipo autólogo, que consiste no autotransplante. Ou seja, o próprio paciente é a fonte de células-tronco hematopoéticas. Nesse procedimento, o paciente faz uso de medicação que estimula a produção de células-tronco e realiza a coleta dessas células presentes no sangue por meio de um processo automatizado chamado aférese. Essas células, então, são armazenadas por congelamento.
Em um segundo momento, o paciente é internado e submetido a altas doses de quimioterapia e posterior infusão das células-tronco que estavam armazenadas.
A taxa de sucesso nos transplantes de medula óssea alcança a significativa marca de 95,3%. O primeiro quadrimestre do ano ainda nem terminou, e a parceria HUWC/Hemoce já contabiliza 16 transplantes de medula óssea, sendo oito autólogos e oito alogênicos.
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Fonte: Unidade de Comunicação Social do Hospital Universitário Walter Cantídio – fone: 85 3366 8183