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Quinta, 29 Setembro 2016 17:13

Uma das mais destacadas obras da exposição "Raimundo Cela, mestre brasileiro", no Rio de Janeiro, é o quadro "Último diálogo de Sócrates", que em 1917 lhe rendeu uma viagem para estudar em Paris, ao vencer o salão da Escola Nacional de Belas Artes. Era a premiação mais cobiçada entre os artistas plásticos da época. O Governo do Ceará, na época, tentou adquirir o quadro, mas não teve êxito, uma vez que, por regra, as obras vencedoras passavam a integrar o acervo do próprio Museu Nacional de Belas Artes.

Diante disso, anos depois o Governo do Estado encomendou a Cela o painel Abolição, celebrando a importância de o Ceará ter sido o primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura. Na exposição, porém, há uma reprodução do painel, uma vez que não houve condições físicas, pelas dimensões da obra, de retirar o original do Palácio da Luz, prédio que atualmente sedia a Academia Cearense de Letras, no Centro de Fortaleza.

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Um quadro de natureza morta, um dos primeiros registros de Raimundo Cela, integra a mostra. A obra pertence ao Museu de Arte da UFC (MAUC), assim como a última tela do artista, "Duas épocas", que também está na exposição e retrata o contraste entre a antiga paisagem carioca e o início da verticalização advinda com os grandes edifícios.

Outro destaque é o quadro "Catequese", que integra o acervo do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e foi restaurado especialmente para a exposição do Rio de Janeiro, onde abre uma das salas dedicadas a Cela.

A curadora da exposição, Denise Mattar, destaca ainda a tela "Paisagem de Saint-Agrève", produzida na época em que Cela morou em Paris e despertou o interesse dos críticos de arte da capital francesa, então o grande polo da arte ocidental.

JANGADEIROS – Um dos momentos em que o visitante mais se impressiona com a técnica apurada e a expressividade de Cela é quando os olhos encontram a série em que o artista retrata os jangadeiros – uma das maiores marcas de sua trajetória artística. "A exposição está de muito bom gosto. Olha a expressão dessa tela, que beleza", diz a psicopedagoga Eliana Barbosa, ao apreciar a tela "Cabeça de Jangadeiro", que foi restaurada e, ao retornar, passará a integrar a sala Raimundo Cela, no MAUC.

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